Vamos retomar a actividade do Aniversariante do Mês. Agora, para além dos cartazes, utilizaremos também o Blogue para partilhar contigo o vulto da humanidade, nacional ou estrangeiro, que nasceu em cada um dos meses do ano lectivo.
Estamos em Dezembro e, em colaboração com alunos de Física e Química, eis o Senhor:
ISAAC NEWTON
A História das Ciências deve muito a Isaac Newton tendo em conta que, até ao século XIX, nenhum outro cientista tivera contribuído de forma tão gratificante para o desenvolvimento das ideias nas áreas da Física e da Matemática. Este cientista nasceu na noite de Natal de 1642 (de acordo com o calendário juliano), em Woolsthorpe, nas proximidades da cidade de Grantham, em Lincolnshire, Inglaterra. De ascendência judia, Newton era filho de Hannah Ayscough Newton e de Isaac Newton. Seu pai falecera algumas semanas antes do seu nascimento e sua mãe administrava a propriedade rural da família que, para os padrões da época, era financeiramente estável. A família usufruía de um bom rendimento anual.
Isaac Newton não estabeleceu laços afectivos com os seus irmãos, nem tão pouco com os avós que o criaram, tendo tido uma infância triste e solitária. A sua personalidade revelava uma grande timidez, tinha um olhar distante e um temperamento difícil. Não obstante a sua família ter negócios relacionados a exploração agrícola, Newton nunca demonstrou qualquer interesse nem talento para os trabalhos agrícolas. Porém, passava horas a construir brinquedos de madeira e a observar relógios solares construídos por si.
A formação escolar de Newton teve início com a frequência de algumas escolas diurnas nas proximidades de Skillington e Stoke e quando tinha 12 anos foi estudar para a cidade de Grantham, na King´s School. Embora a escola fosse próxima de sua casa, ele ficou a morar na cidade, num quarto alugado por um farmacêutico, o senhor Clark. A vida amorosa de Isaac Newton estará limitada a um romance com uma das enteadas do farmacêutico Clark.
A formação escolar de Newton teve início com a frequência de algumas escolas diurnas nas proximidades de Skillington e Stoke e quando tinha 12 anos foi estudar para a cidade de Grantham, na King´s School. Embora a escola fosse próxima de sua casa, ele ficou a morar na cidade, num quarto alugado por um farmacêutico, o senhor Clark. A vida amorosa de Isaac Newton estará limitada a um romance com uma das enteadas do farmacêutico Clark.
O jovem Newton dedicava muito tempo ao estudo do latim. Também se interessava pelo estudo do grego e da Bíblia. Era considerado um aluno mediano. Porém, terá ocorrido um episódio que marcou a sua vida escolar. A caminho da escola, um colega agrediu-o dando-lhe um pontapé no estômago. Embora Newton fosse um rapaz franzino, reagiu com determinação surrando o seu colega agressor até que este último lhe pediu que parasse. Newton ainda o humilhou ao esfregar o seu rosto na parede. Após este acontecimento, o futuro cientista, sentiu-se muito mais confiante, tendo mesmo tomado uma decisão de ser o melhor aluno da sua classe e ser o melhor em tudo o que se propusesse fazer.
À medida que progredia nos estudos, foi aperfeiçoando a construção dos seus objectos de madeira. Encheu a casa do senhor Clark com relógios de sol, construí moinhos de evento. Também fazia objectos para os seus colegas, mas o seu relacionamento com eles era cada vez menos gratificante. Newton tinha um raciocínio muito rápido e uma inteligência acima da média o que não facilitava nada o seu relacionamento com os demais.
Aos 17 anos foi chamado pela sua mãe para trabalhar nas suas propriedades. A tentativa foi um fracasso e Newton voltou para os seus estudos em Grantham a pedido do irmão de sua mãe, o reverendo William Ayscough, de Cambridge e o director Stokes, da escola de Grantham. Em 1660 Newton regressa a Granham e em 5 de Junho de 1661 apresentou-se no Trinity College, em Cambridge. Apesar, de possuir rendimentos pessoais, a sua mãe enviava-lhe apenas 2% da renda familiar e Isaac Newton tinha que servir as refeições aos professores e esvaziar os urinóis aos seus colegas abastados de modo a ter dinheiro para os seus estudos. A sua condição de estudante pobre contribui ainda mais para o seu isolamento na universidade.
Para além do currículo oficial da formação que recebia na universidade ser baseado no pensamento aristotélico, Newton realizou muitas leituras sobre Filosofia Mecânica, lia obras de História, de fonética e obras sobre propostas para uma língua filosófica universal. Também se interessou durante toda a sua vida pela cronologia e profecias bíblicas. Leu, minuciosamente as obras de Decartes e fez várias anotações criticando a óptica (ramo da Física que estuda os fenómenos luminosos). Estudou os movimentos planetários de Kepler (conhecidas Leis de Kepler). De facto, a grande “paixão” de Newton foi a Filosofia Mecânica. No conhecido notebook de Newton ele anotava as suas “Quaestiones quaedam philosophicase”, cujo conteúdo foi e continua a ser fonte de estudos para vários historiadores e filósofos da ciência. Essas anotações revelam um constante questionamento, assim como algumas propostas de investigação com descrição de experiências. Muitos dos desenvolvimentos posteriores de Newton, tanto para a Física como para a Matemática, tiveram a sua origem nessas mesmas anotações.
Devido à sua mente aguçada, obstinação pelo trabalho e as suas experiências alquimistas no âmbito da refinação do ouro e da prata, Newton teve um papel muito importante na cunhagem das moedas tendo sido nomeado director da Casa da Moeda, em 1699. Newton tornou-se um homem muito poderoso.
A grande questão que preocupava alguns dos filósofos no início da década de 1680, motivou Newton a visitar Edmond Halley, em Agosto de 1684. A intenção desta visita estava relacionada com a lei da atracção gravitacional. A resposta enviada por Halley revolucionou a Mecânica celeste. Newton trabalhou obstinadamente neste assunto e, em 1687 publica os Principia (Princípios Matemáticos da Filosofia Natural), a obra que seria um marco na História da Ciência.
A obra de Newton os Principia.
Em 1704 publica a sua obra Opticks, onde apresentou a sua teoria das cores. O texto desta obra teve um grande impacto na época, pois estava escrito numa linguagem mais acessível que Os Principia.
Durante o período de 1688 a 1690, a universidade de Cambridge e o Trinity College atravessaram uma crise financeira, não pagando os salários. Newton, no final do verão de 1693, sofreu um colapso nervoso devido aos seus problemas financeiros e pessoais. Depois de recuperado, volta a desenvolver os seus estudos sobre o movimento dos corpos celestes, mais precisamente sobre a teoria do movimento lunar, um dos problemas mais difíceis abordados nos Principia.
Newton não consegue resolver o problema a contento, dedicando-se, a partir daí e até final da sua vida, à teologia e à invenção de alguns instrumentos, enquanto desempenhava funções administrativas. Não obstante, ele era um homem admirado e famosos, nunca tendo sido deixado de ser consultado por matemáticos e filósofos naturais, voltando, por vezes aos temas que o tornaram respeitado.
Dado que o ano 2009 é o ano Internacional da Astronomia não podemos deixar de mencionar um dos instrumentos mais importantes desenvolvidos por Isaac Newton – o telescópio newtoniano o qual, diferentemente do telescópio que utiliza apenas lentes de aumento para aproximar as imagens, usa um espelho esférico ou parabólico para captar a luz. A imagem reflectida pelo espelho é captada por uma lente objectiva, que é responsável pelo foco. Newton, ao construir esse telescópio, resolveu o problema da aberração cromática que ocorria com os telescópios até então.
Sem comentários:
Enviar um comentário